domingo, 29 de setembro de 2013

Inspirador


"E é precisamente sobre bullshit e editoras que procuram envernizar-se de prestígio que termino. Haverá coisa mais fácil do que gerir uma editora que publica autores nobilados? Basta ir à internet e consultar a lista com os vencedores do prémio. Muitos nunca foram traduzidos para português, ou se o foram, terão bastantes obras por traduzir. E já agora fazer ofertas pelos vencedores do Booker, Goncourt e Femina. E pelos finalistas também, afinal, pode-se sempre pôr na capa que foi finalista dum prémio de que ninguém pode dizer mal. E pronto, temos uma editora de prestígio. Que nem precisa de ler os livros que publica, afinal, alguém já os leu e disse que eram bons. Nem precisa de descobrir os autores, também, já alguém o fez. E o marketing está garantido pelos media. Como é tão mais difícil apostar em excelentes autores que são discriminados porque estão associados a géneros alternativos. E publicar livros maravilhosos que são alvo de preconceito porque vão para lá da realidade e se embrenham no fantástico de que a crítica actualmente parece ter tanto nojo, aversão, medo.""


Tomei hoje conhecimento de umas palavras inspiradoras, que embora de 5 anos atrás, reflectem-se bastante nos dias de hoje (o nome Sasha Grey assalta-me, ou Granta). Mas pode um negócio crescer se não agradar a um público grande? De onde vem o capital para publicar os tais autores "malditos"?

3 comentários:

  1. O sucesso nisso talvez venha de um "catálogo" partilhado, com apostas seguras a gerarem rendimentos para catapultar novas apostas... Mas não quero meter-me muito nesse tipo de conversas, que não percebo pevas disso. Acho que o principal problema é mesmo leitores mal habituados, que vão mais atrás do marketing, do que da sinopse.

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  2. Acabou por ser essa a estratégia da SdE (a meu ver). Mas é cada vez mais desinspirador ir à FNAC, à secção de FC&F, não encontrar nenhuma sinopse que puxe, que grite TENS DE ME COMPRAR!

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  3. Concordo. Mas acho que também é preciso ter em conta a falta de jeito a escrever sinopses, já li livros excelentes em que a sinopse era um mero resumo das primeiras 200 páginas e do fim, ou então que nem sequer tinham muito a ver com o livro...

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