quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Leitores de Dandeleão


Uma visita rápida ao Goodreads e sou surpreendido com alguns comentários a este conto com ares Verniano.

"(...)A história é bastante interessante, recheada de pequenas situações que à primeira vista parecem inconsequentes mas que no final se juntam para formar uma narrativa sólida e coesa, com um final que não achei assim tão previsível até, pelo menos, o último terço do conto.(...)" - Nuno Almeida

"Dandeleão" é um conto com uma boa estrutura e uma boa premissa, embora não se possa dizer que o final apanhe o leitor desprevenido - este é perceptível logo a partir das primeiras páginas. Pareceu-me, no entanto, que o interesse residia mais no modo de garantir a lealdade dos trabalhadores, e na apresentação da cidade voadora que o Dandeleão é, que em surpreender no final.(...) " - Inês Montenegro

" O que surpreende neste conto longo de Carlos Silva é o sentido de escala. Com um estilo narrativo mais centrado no desenrolar da história do que na descrição pormenorizada do espaço ficcional visual mal nos apercebemos da vastidão do objecto que dá o nome ao conto. Sente-se uma fina sensibilidade steampunk sem exageros ornamentais, apesar os motivos estarem todos lá. (...) Uma boa surpresa literária num discreto ritmo steam, a descobrir aqui:


segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Publicações de autor e a Leya


A Maria do Rosário Pedreira, editora da Leya para novos autores portugueses, queixa-se da falta de qualidade dos 150 manuscritos que recebe anualmente. O principal problema é que os jovens autores querem escrever ainda antes de terem lido o suficiente.

Um erro crasso para qualquer escritor.

A partir daí, com bastante moderação, evidencia os problemas das plataformas de auto-publicação on-line. Essencialmente, muitos dos livros não têm revisão profissional e não passa pelo crivo de um editor, nem tem a "marca" de qualidade de uma editora. E isto é tudo verdade.

Curioso é estas palavras virem de uma empregada de uma empresa que tem uma plataforma de auto-publicação on-line sem revisão, sem edição, sem capa profissional...


Mais tarde a editora diz: "Pensam que se fizerem alguma coisa da moda são facilmente publicáveis". Talvez isso aconteça porque se vê muito poucas coisas "novas" com temas fora da moda. É um erro compreensível.

Mas, a meu ver, nestas fragilidades está uma hipótese de negócio.
Imaginem uma equipa de leitores profissionais e independentes que entrasse de cabeça no mundo da auto-edição e que classificasse os livros e fizesse recomendações.

Quem compraria este serviço?
  • Leitores que gostem de arriscar em livros fora da oferta das editoras 
  • Leitores que gostem de livros low-cost (muitos dos livros auto-editados são bastante baratos)
  • Editores em busca de novos livros para o seu catálogo
  • Autores que queiram ver os seus livros validados por um organismo exterior.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Plágios fictícios



É tão, mas tão irritante, quando escrevemos uma história, com elementos dos quais ficamos todos orgulhosos, e metemos na gaveta por ainda não ter qualidade para mostrar ao público e depois PUFF surgem esses elementos em algo muito maior. Seja o design de uma nave ou um conceito para o enredo.



Surgem logo vozinhas na mente do autor provenientes de futuros leitores a dizer: "Esta história parece mesmo aquele filme do Jonnhy Depp." E a minha resposta surge logo "Mas não, é diferente! O conceito é parecido, mas a exploração é completamente diferente." e o leitor insiste "Sim, ok, mas inspiraste-te." E o autor range os dentes a pensar "Quando escrevi a minha história nem o filme estava em produção, grrr."

Já vos aconteceu? Não vos faz diferença?

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Mudança de perspectiva



Modelo do Sistema Solar do ponto de vista de um observador imóvel em relação ao centro da Via Láctea.

Por vezes é refrescante mudar de perspectiva.

O que me faz lembrar uma coisa que me disseram há uns anos que parafraseio aqui: Não é errado dizer que o Sol orbita em torno da Terra, se escolhermos o referencial correcto, mas acreditem que é muito mais fácil fazer as contas com a Terra a girar em torno do Sol.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Oferta de Urbania


Como prenda de Natal a todos os que seguem este espaço, até de 25 de Dezembro o romance Urbania está disponível gratuitamente no Smashwords. Boas leituras!

https://www.smashwords.com/books/view/295745

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Antologia Insonho

Foi com alegria que recebi a notícia oficializada de que um conto do qual me orgulho bastante vai fazer companhia a um punhado de outros de bons escritores portugueses.

Trata-se da Antologia Insonho, publicada no Brasil pela editora brasileira Estronho. Esta antologia  irá reunir histórias que resgatam mitos portugueses, dando-lhes novas roupagens e, especialmente, novas razões para assustarem.

Esta é a capa. Será uma referência ao Fradinho da Mão Furada?

Os autores participantes serão:

Organização: Valentina Silva Ferreira ("Duelo de Lendas").
Prefácio de Eker Sommer.
 
Autores convidados: João Rogaciano ("Sangue, Suor e... Unhas") e Miguel Raimundo ("Por sete encruzilhadas, por sete vilas acasteladas"). 

Autores selecionados: Inês Montenegro ("Ao sexto dia"),Vitor Frazão ("Na Escuridão"), Carlos Silva ("Ao meio dia"), André Pereira ("A Voz do Adamastor"), Francisco J. V. Fernandes ("A noite em que o Bicho Papão encontrou Kafka no telhado") e Ana Luiz ("Sant'Iroto").


O livro sairá em Julho de 2014 e já se anda a falar em lançamento no Norte e Centro de Portugal e Madeira.

Parabéns a todos os autores!

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Almanaque do Dr. Thackery T. Lambshed

Acabei ontem de ler o Almanaque do Dr. Thackery T. Lambshed para doenças Excêntricas e Desacreditadas, deliciado com os pormenores das mais incríveis doenças inventadas descobertas pelos mais diversos autores de fantasia médicos.

É com graça que me lembro que, na altura em que saiu,  várias vezes o encontrei lado a lado com livros de medicina ou auto-ajuda. É com horror que imagino o tomo nas mãos de um hipocondríaco crédulo. Por outro lado, é fascinante a quantidade de doenças que parecem inacreditáveis.

Tenho uma pequena pasta virtual onde guardo fenómenos psicológicos ditos reais que considero curiosos e que têm algum potencial para serem incluídas numa história. Aqui ficam algumas:

Síndrome de Stendhal - tonturas, enjôos, êxtases, na presença de uma grande quantidade de arte ou arte de grande beleza, especialmente quando confinada num espaço pequeno. Ocorre especialmente nas galerias Uffizi.


Síndrome de Paris - Ansiedade, alucinações, mania da perseguição, tonturas, taquicardias causado pela desilusão que Paris proporciona a quem a visita. Este fenómeno ocorre essencialmente em turistas japoneses onde no seu país de origem Paris é descrito de uma maneira irreal e endeusada.

Síndrome de Jerusalém - Conjunto de sintomas psicóticos, comportamento obcessivo em relação a algum aspecto religioso aquando de uma visita a Jerusalém. Este fenómeno afecta muçulmanos, cristãos e judeus e até pessoas que se consideravam ateias.

Delírio de Capgras - O doente acredita de um familiar, amigo ou companheiro/a foi substituído por um impostor exactamente idêntico ao substituído.

Delírio de Fregoli - Neste caso, o doente acredita que um conjunto de pessoas, é na realidade a mesma usando vários disfarces.

Delírio de Cotard - O paciente acredita que está morto, que não existe, está em putrefacção ou perder algum orgão interno. Algumas vezes pode acreditar que é invunerável.

Somatoparafrenia - Sofre desta condição quem recusa ou ignora uma parte do seu corpo, ou mesmo um dos lados deste. O doente pode inventar desculpas elaboradas sobre a quem realmente pertence o membro que rejeita ou como foi ele parar ao seu corpo.

Prosopagnosia - Incapacidade de conhecer caras.

Pareidolia - Não é uma doença, mas mais um fenómeno. Reconhecer uma cara num estímulo vágo e ambíguo (nuvens, mancha na parede, torrada...) Se pensarmos bem, para nós dois pontinhos e um traço curvo é identificado como uma cara :) Este fenómeno é um sub-tipo de Apofenia que é a percepção de padrões ou conexões em dados aleatórios. Ou será que....

Gosto muito deste último, porque considero ser uma característica humana muito peculiar. Como diria uma canção "as constelações não estão nas estrelas, mas nos teus olhos".

Sinestesia - Ter sensações não associadas aos conceitos. Por exemplo, alguém pode sentir o sabor a amoras cada vez que vê o número quatro, certos sons podem ter cores, etc.

Este é um fenómeno físico, mas merece também estar aqui:

Insensibilidade congénere à dor - Existem pessoas (ou famílias de pessoas porque é hereditário) que são fisicamente incapazes de sentir dor, pelo que facilmente se põem em situações de perigo como morder a própria língua ou partir braços e não os tratar ou até mesmo meter a mão numa chapa quente.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Occam's beard (As barbas de Occam)


A Navalha de Occam, também chamada de Lei da Parcimónia, é um dos conceitos científicos mais úteis para qualquer cientista a desbravar novo território.

Foi formulada a partir de uma citação de William Occam:

""Se em tudo o mais forem idênticas as várias explicações de um fenómeno, a mais simples é a melhor"

Ou seja, perante duas teorias igualmente possíveis, a teoria que assenta em menos pressupostos é geralmente a mais correcta. Por exemplo, pegando no dado "médicos que não lavam as mãos ficam doentes mais vezes" podemos formular várias teorias. Uma delas é que os médicos apanham as doenças dos seus pacientes, a outra é que existe um miasma no ar dos hospitais, que se pega especificamente às mãos e enfraquece o sistema imunitário e que o metal dos estetoscópios é o meio ideal para proliferação de bactérias que aproveitam este acaso. Adivinhem qual a mais provável?

A pergunta que surgiu então foi: E se occam nunca tivesse uma lâmina?

E foi assim que nasceu o Simpósio das barbas de Occam (Symposium of Occam’s Beard ) onde se pretende celebrar a imaginação, desafiando-se os participantes a criar a teria mais louca e coerente que conseguirem baseados em dados reais.

A teoria é depois apresentada a um júri e espera-se que os cientistas a defendam teimosamente ao ponto de levar William Occam corar.


Para mais informações consultar o site.

É óptimo ver um evento refrescante em que a ciência se permite a ser levada por caminhos menos sérios por um bocadinho. Um óptimo evento para os adeptos das teorias da conspiração.

Este festival surgiu inspirado nesta tira humorística:


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Fazer amizade com o falhanço


Esta BD já circulou a internet, mas mesmo assim acho que merece mais uma menção sob a forma de um extracto. Curioso como isto saltou à memória numa conversa com o Rui Ramos acerca de livros.


 Tiras completas aqui



sábado, 30 de novembro de 2013

Passatempo Lusitânia número 2


O vencedor do passatempo já foi apurado e informado por e-mail.


Para todos os outros: muito obrigado por terem participado e espero que da próxima possam ser vocês os sortudos.

Se quiserem conhecer mais este projecto e comprar um exemplar, visitem: http://revistalusitania.blogs.sapo.pt

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Entrevista a Filipe Faria

Filipe Faria, um nome que a uns traz boas recordações, a outros ranger de dentes. Catapultou-se para a cena literária nacional ao ganhar o prémio Branquinho da Fonseca que trouxe a publicação da Manopla de Karasthan, o primeiro de um épico de 7 livros de High Fantasy passado nas terras de Allaryia. 

Agora com 31 anos, o escritor soma também um livro para crianças (Leopoldina e a Ordem das Asas), um conto (O Barão foi para o Boneco), volumes de uma nova série de fantasia Felizes Viveram Uma Vez) e uma recomendação do Plano Nacional de Leitura para as Crónicas de Allaryia. 

Já prometeu regressar ao universo de Allaryia e confessa-se num fim de ciclo, em que um novo paradigma de escrita está a ameaçar surgir. 




Queria começar por agradecer ao Filipe Faria, pois foi através da tua obra que surgiu o Fórum Allaryia, uma comunidade que deu bastantes frutos e que ainda hoje se encontra interligada, ainda que de outras maneiras. Alguma vez imaginaste que o que escreveste poderia mudar o mundo? Alguma vez pensas nisso quando crias as tuas histórias? 


Queria também eu começar por agradecer-te, e através de ti aos antigos membros dessa comunidade com os quais mantenhas contacto. O Fórum Allaryia foi para mim algo de muito especial e do qual guardo boas memórias, e não o digo (apenas) pelo motivo egocêntrico de quem viu uma comunidade ser criada à volta da sua obra. 
Em resposta à tua pergunta, nunca imaginei que poderia «mudar o mundo», nem crio histórias com semelhante ambição. Quando muito, enquanto jovem adulto com sangue nas guelras ambicionava mudar mentalidades, legitimar a fantasia enquanto género literário, talvez desmistificar por via indirecta uma série de preconceitos relativos à Idade Média (um objectivo pouco idóneo a uma série de fantasia, reconheço). O meu único impulso é mesmo o de contar histórias, pois o verdadeiro gozo vem do conceber mundos e enredos; a escrita é, de certa forma, uma etapa prazerosa para o derradeiro objectivo que é o de partilhar o produto final. 



Sentes alguma pressão ao escrever que comparem as tuas histórias a nível de qualidade a obras reconhecidas como boas com as quais as tuas partilhem alguns elementos? Por exemplo, entre a série “Dragonlance” e “Crónicas de Allaryia”, “Fables” e “Felizes viveram uma vez”? 


Isso para mim sempre foi um não-problema. Primeiro, porque qualquer pessoa com dois dedos de testa percebe que as Crónicas de Allaryia e Dragonlance ou Felizes Viveram Uma Vez e Fables têm tanto em comum quanto A Marca de Zorro e Scaramouche — que é como quem diz, sim, existem pontos de contacto, mas são livros, enredos, elencos e mundos completamente distintos. Segundo, porque não me importo minimamente de pegar em lugares-comuns ou de percorrer caminhos já trilhados, desde que sinta que com eles possa contar a minha história com a sua própria identidade. Enquanto jovem escritor, a minha ambição nunca foi reinventar a roda, mas sim montá-la e curtir à brava, literariamente falando. Actualmente, enquanto escritor que já foi mais jovem, não posso dizer que essa postura tenha mudado muito; talvez evite uma determinada abordagem ou adapte uma ideia se achar que ela já está demasiado batida, mas os meus impulsos criativos não partem de uma necessidade de mostrar o quão original posso ser. 



Uma das questões que já discutiste foi o facto das ilustrações do Perraultimato terem, de certo modo, afastado algum público que pensou que o livro era para crianças. Consideras que existe ainda um grande estereótipo em relação a livros ilustrados? 


Não saberia dizer. O que é certo é que livros com ilustrações costumam de facto ser para crianças. No caso do Perraultumato, eu quis recapturar o espírito das antologias de contos de fadas que vinham com litografias e citações do texto, mas o tiro saiu-me evidentemente pela culatra nessa. 



Lembro-me de a minha mãe me oferecer o segundo livro das crónicas de Allaryia, “Os Filhos do Flagelo” em vez do primeiro,“A Manopla de Karasthan” por não conseguir dizer o nome do livro à vendedora. Numa entrada do blogue falas da impronunciabilidade de “Aewyre” por parte dos fãs. Actualmente lanças livros chamados “Perraultimato” e “Andersenal”. Nunca tiveste medo que palavras complicadas afastassem os leitores, ou achas uma mais-valia? Que equacionas quando crias palavras? 


Talvez até devesse ter (tido) medo, mas por teimosia ou inconsciência sempre dei largas à riqueza fonética que sempre achei que mundos de fantasia deviam conter. E eu gosto de jogos de palavras, de antístrofes, de aglutinações, de fusões fonéticas que vão para além da sonoridade românica. Dá-me um gozo tremendo e sentir-me-ia imensamente restringido se tivesse sido forçado a escrever As Crónicas da Pampilhosa: A Manopla de Oliveira de Frades por receio que os leitores viessem a ser afugentados pelos nomes. 

Sim, estou a ser faceto e hiperbólico, e sei que a nomenclatura não tem de ser oito ou oitenta. Acontece apenas que eu dou muita atenção aos nomes (isto vindo do homem cujo primeiro livro teve pérolas como «darcsuords» na sua primeira edição, note-se) e sinto que eles se tornaram de certa forma parte da minha identidade enquanto autor. 



No 10º aniversário da Manopla de Karasthan falou-se em lançar uma versão revista do livro. Olhando para trás, o que mudarias nas Crónicas de Allaryia? E na tua carreira de autor? 


Bom, no caso de Allaryia, algumas coisas, tal como tive ocasião de explicar e fazer na versão revista d'A Manopla (por enquanto apenas disponível em ebook). No caso da minha carreira de autor, talvez tivesse feito uma pausa após o Oblívio em vez de partir logo para outra. Não tento passar por cima dos meus erros e tenho de facto arrependimentos, mas não vivo obcecado com eles e faço os possíveis por aprender com aquilo que fiz de mal. O desenvolvimento pessoal de cada um passa muito por aí, e o mesmo se aplica à obra de um autor, digo eu. 



O último livro das Crónicas de Allaryia foi lançado com pompa e circunstância, tendo direito a um CD, capa dura e um livro companheiro, algo que eu nunca antes vi noutra obra portuguesa. Consideras-te um autor com algo único em relação a todos os outros? 


Tenho-me em muito boa conta, mas não me considero o equivalente literário do Cristiano Ronaldo. Sei que tenho bastantes ideias, escrevo bem, possuo uma voz característica, tenho a disciplina para levar a cabo os meus projectos e, felizmente, há pessoas que gostam de ler aquilo que escrevo. Mas o mesmo pode ser dito de muitos outros autores só no nosso país, e julgo que todos temos algo «único em relação a todos os outros». 

(Só que, tanto quanto sei, mais ninguém teve direito a banda sonora original com orquestra de catorze peças. Embrulhem.) 



Adivinho que não, mas já te converteste à leitura de ebooks? Qual a tua relação com este novo mercado? 


Adivinhas bem. Para já, formato digital para mim só serve para a banda desenhada. Não digo que dessa água nunca beberei, mas a verdade é que, no meu caso, a ausência de uma relação com esse novo mercado se deve mais à minha info-exclusão que a princípios morais. 



Em relação a projectos para o futuro, que podes contar sobre eles? 


Existem, mas não tenho grandes revelações a partilhar sobre eles neste momento. Duvido de que tão cedo consiga reproduzir o sucesso das Crónicas, e os tempos não estão para brincadeiras, por isso no futuro próximo vou dedicar-me sobretudo ao trabalho honesto (tradução, neste caso). Continuo e continuarei a escrever, bem entendido, porque é essa a minha verdadeira paixão, porque ainda tenho muitas histórias para contar (em Allaryia e não só) e porque a minha ambição será sempre poder viver exclusivamente da escrita por mais do que um par de anos. Quem tiver interesse em manter-se a par das minhas andanças pode sempre ir a www.filipe-faria.com (nada de Facebook; info-excluído, lembram-se?) e subscrever às actualizações, ou então dar-me uma apitadela em filipefaria@allaryia.com.


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Multinova Livreiros

Existe uma livraria para os lados de Alvalade com um modelo de negócio muito pouco usual. Não só se pode comprar livros, como se pode alugá-los!



A Multiova Livreiros abriu em 1970 como lugar de venda e edição de livros, mas só em 2011, aproveitando a renovação de imagem da empresa, é que se decidiu aventurar neste formato.



Existem essencialmente duas opções de aluguer, após o pagamento da jóia de 10€:

Opção I – Esta opção permite ao leitor alugar até (4) quatro livros por mês, mediante o pagamento de um valor mensal de €18,00. O prazo de devolução dos livros é 1 ano (doze meses), desde que a mensalidade seja mantida em dia.

Opção II – O leitor aluga um livro durante 3 semanas, sendo o pagamento efectuado no acto da entrega do mesmo. Não há mensalidade. O aluguer dos livros varia de 3,5€ a 4,5€.


 

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Passatempo - Oferta da Lusitânia nº 2

A Lusitânia é uma publicação de contos de literatura especulativa (fantástico, ficção científica, terror, “new weird”, etc) cujo o único ponto em comum é usarem como matéria-prima a cultura portuguesa.

É com prazer com abro um novo passatempo aqui no blog para sortear uma Lusitânia nº 2, de cuja a equipa de edição faço parte. 

Nela podemos encontrar os contos:

A sereia de Cacilhas - Carolina Vargas
A carta - Pedro Cipriano
A fonte dos Grifos - Inês Montenegro
O indicador de Deus - Margarida Mendes
O teu semblante pálido - João Franco
O coração é um predador solitário - João Barreiros


Para isso, basta preencher o formulário abaixo e fazer like no perfil do Abracadabra. O passatempo começa hoje e os resultados serão divulgados dia 30 de Novembro. O vencedor será escolhido aleatoriamente.



Só serão enviados livros para endereços nacionais.

Boa sorte!

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Master Piece

O canal televisivo italiano Rai 3 vai estrear um programa de nome Masterpiece. Em vez de cozinheiros, dançarinos, cantores, os concorrentes serão escritores.



O júri terá de escolher os melhores para lutar por uma publicação de um livro na Simon & Schuster. Tudo será feito com muito drama, como se espera, e até vai haver direito a "confessionário" como no Big Brother onde os escritores porão a nu as suas frustrações.

O conceito envolverá 4 escritores, defronte a um júri de 3,  a escrever em tempo real, com um cronómetro opressivo, as palavras a serem projectadas num ecrã gigante e um enxame de câmaras a capturar close-ups das caras concentradas dos concorrentes.

Haverá também leituras de textos, pitch do romance a convidades famosos, experiências relacionadas com o escrito (se é sobre casamentos, o concorrente vai a um casamento), etc...

Em menos de um mês 5000 candidatos já se voluntariaram para serem avaliados.

Os produtores do programa defendem-se das críticas ao formato dizendo que este aproximará a literatura das pessoas e que é uma óptima oportunidade de tentar uma nova estratégia de promoção de livros. O livro está a morrer, dizem, e é preciso fazer tudo para o salvar. Outros, como por exemplo o escritor Alessandro Baricco, dizem que "Masterpiece poderá dar às pessoas uma ideia de literatura. Mas não é a ideia que a maior parte das pessoas que a realmente faz partilha."

Este programa vai ao encontro de uma tendência em que o escritor, para além de escrever bem (ou até mais importante que escrever bem), tem de se vender, tem de criar uma cara que o público goste e gastar inúmeras horas de escrita em promoção. Para além do que, tenho sérias dúvidas que os concorrentes seleccionados sejam os melhores escritores que irão concorrer, mas sim os melhores entreténs. 



Ainda para mais, é uma subversão do mercado considerar-se como um prémio "ser publicado". O dia-a-dia de uma editora deveria ser detectar bons escritores vendáveis e publicá-los. É o negócio deste tipo de empresas. Acaba por passar a mensagem errónea que só através destes canais é que se consegue chegar aos editores.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Antologia “Por mundos divergentes”

A Editorial Divergência lançou um desafio a todos os autores: escrever uma história entre 5 000 e 15 000 palavras ambientada num ambiente utópico ou distópico.



As submissões estão abertas até ao final de Janeiro e os resultados serão sabidos até 30 de Abril.

Sabe-se que as obras serão analisadas por um júri com elementos da editora, assim como outros colunáveis.

O regulamento pode ser consultado AQUI

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

15ª Bang!



Finalmente pude deitar as mãos a um exemplar da 15ª Bang! (sim, FNAC Chiado, estou a olhar com desaprovação para vós). Para além da ilustração da capa estar excelente, tenho ainda de dar os parabéns pelo grafismo do meu conto "A Hora do Diabo" que me deixa muito feliz.

Aproveitem para apanhar o vosso exemplar gratuito quanto antes, porque as revistas costumam desaparecer rápido. De destacar, para além do conto supracitado, a entrevista do Eduardo Spohr, o artigo sobre Grandville e os contos curtos, bem bons para ler nos transportes públicos.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Dark Futures


Para comemorar os 60 anos de publicação do Fahrenheit 451 de Ray Bradbury, hoje e amanhã a Universidade do Porto organiza o evento Dark Futures in Projection.

O programa da conferência pode ser consultado AQUI

Para além da obra de Ray Bradbury também irão ser abordadas outras tais como "La Foire aux immortels" de Enki Bilal ou Battle Star Gallatica.

Para mim, um dos temas mais interessantes que se vai falar é acerca de hipertextos. Tenho pena de não poder ir.

domingo, 10 de novembro de 2013

Bem intencionados


“Well-meaning adults can easily destroy a child’s love of reading: stop them reading what they enjoy, or give them worthy-but-dull books that you like, the 21st-century equivalents of Victorian “improving” literature. You’ll wind up with a generation convinced that reading is uncool and worse, unpleasant.”
—  Neil Gaiman, “Why our future depends on libraries, reading, and daydreaming”

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Sonhos


Uma coisa curiosa acerca dos meus sonhos é eles parecerem que se passam todos no mesmo mundo. Não é incomum ter sonhos que são continuações de sonhos que tive há anos atrás, ou sonhos diferentes nos mesmos cenários.

Um desses cenários é um quarto de hotel que não me lembro de ter visto em sítio nenhum sem ser quando estou a dormir. Tentei reproduzi-lo num software de modelação 3D e foi isto que saiu:


Alguém conhece um quarto de hotel assim? Também têm cenas e locais imaginários recorrentes nos vossos sonhos? 

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O fim da Tarja

Recebi há um dia um e-mail da Editora Estronho que gostaria de partilhar.

É um pouco longo, mas vale a pena ser lido.




"Na última semana tivemos uma péssima notícia para quem realmente gosta e batalha pela publicação de literatura fantástica de qualidade no Brasil (e também em Portugal, por que não dizer?). A Tarja Editorial, uma das melhores editoras do gênero, no que se refere a qualidade literária, anunciou o encerramento de suas atividades.

Os motivos que levaram a essa decisão, são muito bem compreendidos por nós da Editora Estronho. Além da falta de apoio das grandes livrarias, que só dão destaque a livros de editoras que estejam dispostas a pagar algo entre 3 e 15 mil reais para terem seus livros em posições estratégicas dentro de cada loja, temos o grande e velho problema do preconceito com novos escritores. E parte desse preconceito é até justificável...

Explico... Nos últimos dois anos (talvez mais), surgiram "editoras" de todos os tipos. Algumas explicitamente comerciais, que "selecionam" textos sem o menor cuidado com a qualidade literária, visando apenas cumprir a cota de que precisam para custear a publicação das antologias (no caso em que os autores precisam pagar para publicar ou são obrigado a comprar um determinado número de exemplares para participarem da "seleção"). Outras editoras, embora não cobrem nada dos autores e nem peçam para comprar exemplares, vivem na doce ilusão de que o mundo é belo e precisamos ajudar a todos, sem olhar a quem. Ok, isso não seria problema algum se não estivéssemos falando de LITERATURA DE QUALIDADE. Conheço editores que publicam por amizade, por querer ajudar o autor, ou simplesmente porque o autor tem muitos amigos e pode vender bastante, garantindo assim que seus custos sejam pagos num curto prazo e seu catálogo vá aumentando, fazendo conta de quantidade no lugar da qualidade.

Engana-se quem acha que editores assim estão ajudando. Não é porque a familia do autor gostou do texto, que sua carreira está garantinda. Ajuda aquele editor que cobra, corrige e muitas vezes nega a publicação, pois quer que o autor melhore realmente a sua escrita. Mas enfim, isso é um outro papo...

Outro ponto que dificulta a venda de antologias, especialmente com autores novatos, é que muitos deles (não estou direcionando isso a todos, por favor, pois existem exceções) acham que porque foram publicados uma vez, ou duas, três que seja... viraram astros da literatura. Não precisam mais divulgar, correr atrás, ajudar a editora a vender. Temos casos em que os autores sequer pediram seus exemplares de direito. Casos em que o autor deixou de participar do lançamento da antologia a que fazia parte, porque preferiu ir ao lançamento de uma editora mais famosa. Outros não comparecem aos eventos, não divulgam a sua participação ou simplesmente, quando conseguem vaga em outra editora melhor, deixam de lado o trabalho feito na primeira, porque ela é "pequena, insignificante".

Não estamos dizendo que a médias e grandes editoras não fazem um bom trabalho. Não é isso, antes que alguém diga que somos contra o autor passar para editoras maiores ou com melhor apoio financeiro. Claro que não! Mas também não precisam ignorar seu passado literário, porque agora estão em outras condições mais favoráveis. Aliás, tem gente boa (editoras médias) fazendo um excelente trabalho, com um bom suporte financeiro e torcemos muito por elas, desde que mantenham a qualidade e honestidade com o autor.

Sim, o texto está ficando longo, mas é preciso...

Continuando, o que aconteceu com a Tarja pode acontecer com qualquer editora pequena e média que tenha esse perfil, como é o nosso caso. Obviamente a culpa não é só dos autores que não ajudam na divulgação e não se empenham. São vários fatores, mas os dois mais importantes são as livrarias mercenárias, o descaso de parte dos autores e a pouca procura por antologias.

E justamente para que possamos TENTAR seguir mais adiante com a Editora, e recuperar o fôlego para retornamos aos projetos com novos autores, é que estamos, infelizmente, cancelando alguns projetos e dando novos rumos a outros."


É com muita pena que vejo o projecto acabar. De lembrar que foi com a Tarja que o Fantasporto se uniu para o duplo lançamento da Antologia de Ficção Científica Fantasporto organizada por Rogério Ribeiro e foi também na Tarja que me estreei no mercado brasileiro com a antologia A Fantástica Literatura Queer - Volume Amarelo.

domingo, 3 de novembro de 2013

Fórum Fantástico 2013 - Programa



Foi hoje a apresentação oficial na FNAC Chiado do programa do Fórum Fantástico 2013 e posso já dizer que promete bastante. É bom de ver que as vertentes do Fantástico abordadas aumentaram em quantidade (existem agora demonstrações de jogos, exposições de fotografia, etc..), que me esteja a lembrar, só falta mesmo música. Existem bandas de cariz Fantástico para convidar? Se sim, acusem-se.

Outra coisa que gostaria de destacar no programa é o lançamento do segundo número da Lusitânia, uma zine criada por mim e uma equipa de destemidos voluntários. Esta edição pretende incentivar a produção de histórias que tenham como ponto em comum, a cultura portuguesa. Anotar na agenda o dia 16, às 14h15.

Também de destaque, a presença do autor Ian Mcdonald, cujo o único livro traduzido para português é o Brasil. O livro é muito interessante. Desenrola-se em três linhas temporais: no passado, no tempo das incursões jesuítas pela Amazónia; no presente, onde seguimos uma produtora de reality shows e no futuro, nas favelas de um Brasil ultra-tecnológico. Neste momento o livro está à venda a 3€ na FNAC, por isso é de aproveitar.



E muito, muito mais. Conversas de horror, winepunk, steampunk, apresentação de prémios para a literatura fantástica, jogos de computador, história da FC, Bang! Brasil, curtas metragens, ilustração, etc.

Apareçam.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

LER Novembro de 2013

Na próxima sexta, dia 1 de Novembro, irá sair mais um número da revista LER.


Porém, este não será apenas "mais um". Porquê? Primeiro vai ter um textinho meu na secção 15_25 (nem uma pinga de fantasia, nem um traço de FC, apenas um cheirinho de contemporaneidade). Em segundo lugar, vai ser o meu último texto nesta secção. Não, não é por minha vontade. A secção 15_25, que todos os meses publicava um conjunto de mini textos (e fotos, de vez em quando) de autores entre os 15 e os 25 anos chega à sua última edição.

Não sei qual é a razão, mas é com pena que vejo esta excelente iniciativa acabar. Porque era excelente? Porque podíamos enviar os textos, que recebíamos resposta, muitas vezes com reparos e a dizer o porquê de não ter sido aceite. Devido à periodicidade, permitia que fôssemos tentando, melhorando a cada tentativa, disciplinando a musa. Porque era um orgulho ver algo escrito por nós ao pé de outros bons autores, tanto os consagrados, como os colegas da mesma secção (e também havia, no meu caso, um comparar os meus textos com os destes últimos). Porque me levou a ler a LER, fora alguns números quando estive fora de Portugal, que tem bastante qualidade.

Fiquei com pena que não tivesse aparecido mais gente nos eventos gerados em torno da secção e, nesses mesmos eventos, não tenha surgido muito ambiente para a criação de uma rede de participantes. Talvez outro modelo, ainda mais informal.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Oyster Books



A Smashwords, a plataforma de ebooks independentes onde tenho a maior parte das minhas histórias auto-publicadas, fez uma nova pareceria com um distribuidor, desta vez a Oyster.


Mas que tem a Oyster de tão especial que valha a pena um post apenas sobre ela?

Vai ao encontro ao que defendo há muito como um bom modelo de negócio para ebooks. Os clientes por cerca de 7€ por mês têm acesso a todo o catálogo de livros da Oyster (onde a partir de aqui a alguns dias, incluirá o catálogo da Smashwords). No entanto, nem tudo são rosas. É preciso uma aplicação para ler os livros, que não permitirá o download ou empréstimo e que controlará quanto é lido de cada livro. Ou seja, caso o leitor deixe de pagar, deixa de ter acesso aos livros, tal como um espectador de um canal de TV de filmes não fica com os filmes que já viu. Fora isso pode ler todos os livros que conseguir, provar um bocadinho de tudo e escolher um, não ler nada, entre outras combinações, como num buffet literário.

A aplicação irá também concentrar informações dos gostos do leitor e gostos de amigos do leitor, assim como recomendações da equipa Oyster, de modo a recomendar as obras que terão a maior chance de serem apreciadas pelo leitor. Se por um lado é uma funcionalidade útil, por outro trava o crescimento pessoal que se alcança por tentar algo fora da nossa zona de conforto ou rede de conhecimentos.


Os autores, pelo menos no smashwords, serão recompensados com 60% do valor de venda do livro caso os leitores leiam mais de 10% do mesmo, daí a aplicação controlar isso.

Infelizmente, esta aplicação ainda só está desenvolvida para a família de produtos da Apple (quem tiver um dispositivo pode tentar um mês de utilização gratuita).

De qualquer maneira, aproveitem para ler alguns dos livros que disponibilizo no site da Smashwords (quase todos gratuitos), basta carregar nas capas abaixo.

Quando o balão de Filipe é atacado por piratas, longe está ele de adivinhar que irá ser salvo pelos tripulantes de Dandeleão,uma enorme cidade voadora capitaneada por Dom Miguel Faria. Deslumbrando pela maravilha de engenharia, Filipe vai mergulhando no dia a dia da nave sem suspeitar do seu tenebroso segredo. 

Que influência terá sobre Lisboa a cidade em movimento, onde os sonhos e a lucidez se vendem como um mero produto? As duas cidades estão em rota de colisão e Hugo sabe que é a única oportunidade de alguma vez conseguir passar de uma para a outra, mas para isso terá de compreender o que os Lobos lhe dizem. Um romance sobre ciclos que se cruzam e entrecruzam, onde a única constante é a mudança.
Micro-contos de ficção especulativa que prometem ir dar um passeio com as ideias dos leitores, mostrando-lhes novos miradouros para as paisagens de sempre. "Sobre a nudez forte da verdade - o manto diaphano da phantasia" - Eça de Queirós



Alien: Engineers vs Prometheus

No início, o Ridley Scott queria fazer um filme e pediu ao Jon Spaihts para lhe escrever um guião de uma história que fosse uma prequela a toda a saga Alien.

O Jon escreveu uma história sólida, ligada às seguintes, que entretinha e levantava algumas questões. O Ridley leu o argumento e torceu o nariz. Faltava lá alguma coisa. Deu então o argumento ao Damon Lindelof (conhecido pelo trabalho em LOST) que leu e alterou o guião dando-lhe um ar mais "misterioso" e "filosófico", cheio de perguntas por responder e às quais ele não tinha resposta.

Nasceu assim o Prometheus.


O filme está muito bom graficamente e com excelentes interpretações (especialmente o andróide David), mas infelizmente o argumento não está ao nível.

A história tem imensos buracos na trama (plot holes), erros científicos de gritar aos céus, mudanças de personalidade das personagens bruscas e uma linha de raciocínio muito pouco verosímil. O filme foi tão mau que os fãs exigiram que o guião original (o filme chamar-se-ia Alien: Engineers) viesse ao de cima e ele veio e eu pude lê-lo.

Tenho de vos dizer que, se o filme do guião fosse rodado, eu teria saído muito mais feliz da sala de cinema. As diferenças são mais que muitas e eu apenas quero enumerar algumas, porque dizer tudo o que o guião original tem de melhor seria escrevê-lo aqui.

Comecemos (montes de spoilers):

1 - O Weyland não quer a vida eterna, quer a tecnologia de terraformação dos Engenheiros. Ele não vai na nave, envia o David e a Vickers. A Vickers fica chateada com a missão, porque ir na viagem implica que fique 5 anos afastada das lutas de bastidores pelo lugar de CEO quando o Weyland morrer.

2- O David é muito menos "humano" e muito mais maléfico. As suas acções (ao contrário de no Prometheus) tem uma razão de ser. Ele não quer ser escravo e compreende o desapontamento dos Engenheiros em relação aos humanos. Como ele diz:"Eu fui criado e também senti desapontamento do meu criador".Ele chega a prender a Shawn para que um facehugger a apanhe. Ao mesmo tempo, outra das forças motrizes das suas acções é a curiosidade científica sem os escrúpulos humanos. Isto vai muito ao encontro da evolução das personalidades dos androides ao longo de todos os filmes do Alien.

3- O Holloway, para além de namorado da Shawn é também o seu professor orientador. É mais velho que a Shawn e não se anda a embebedar só porque os Engenheiros não apareceram para o cumprimentar. Está mesmo contente por ter encontrado ruínas. Para além disso, toda a teoria que o leva até aquele planeta (que é o mesmo do Alien: o 8º passageiro) tem muito mais consistência do que algumas pinturas encontradas pelo mundo. Eles analisam a escrita, a genética, a história, a cultura, etc... Ele morre de uma maneira muito mais gira:


Enquanto está numa cena romântica com a Shawn.

4 - Os Engenheiros usaram aquela lua como posto avançado para lançar um ataque biológico à terra com xenomorphs. Ao longo do guião vemos apareceram várias "versões" menos optimizadas de xenomorph com que as personagens têm de se debater. Existem chestbursters gelatinosos, como o que sai do peito do Holloway, com esquelento, como o que sai do estômago da Shawn, etc...


5 - A "nheca" negra tem uma função bem definida: transformar-se em espécie de besouros que ao morderem, injectam material genético e proteínas alterando a estrutura do individuo que foi mordido. Vemos isso no início do filme e vemos isso no final quando um dos cientistas (o geólogo) aparece meio transformado em xenomorph no final.


6 - O MedPod não serve para fazer uma cesariana à Shawn, mas sim para impedir que ela morra quando o chestburster dela sai. A cena teria resultado muito bem no cinema, porque a Shawn vê o xenomorph que sai dela a crescer e a matar gente enquanto ela está meio drogada a ser cosida dentro do MedPod.


7 - Os cientistas portam-se como cientistas. Dissecam a cabeça do Engenheiro, não enfiam eléctrodos nos ouvidos. O biológo não tem medo de bichos numa cena e noutra tenta dar-lhe festinhas (ele está sempre excitado com vida noutros planetas, só que confiou demasiado na resistência do fato). O David e os arqueólogos estudam a língua dos Engenheiros e a tecnologia. Ficamos a saber que as pirâmides são tecnologia de terraformação à base de bactérias (o que faz lógica com os engenheiros serem bio-engenheiros).

8- A título de curiosidade, os Engenheiros vêm em mais espectros que a luz visível. Se olharmos para a pirâmide com o olhar de Engenheiro (ou do David) conseguimos ver informação luminosa a vaguear. Explicando porque é que o David consegue activar coisas que mais ninguém consegue activar.

9- Claro que se continua a explorar o facto de os engenheiros terem influenciado os humanos (modificando-os geneticamente) e dos humanos terem conhecidos ET's (até construíram pirâmides para imitar os edifícios de terraformação deles). Só que não é tão virado para os dramas pessoais católicos da Shawn.

Muito mais poderia dizer, mas o post já vai longo.


Como podem ver (alguns poderão discordar) o filme ficaria muito mais bem servido com o guião original. É frustrante ver como ultimamente todos os filmes para se levarem a sério querem meter mistério e filosofia a martelo. O problema de Prometheus (e LOST) é que promete muito e dá muito pouco, destruindo por completo a suspensão de credulidade de quem assiste à obra.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Na periferia da Terra



Imaginem a maravilha de poder ver esta paisagem acessível a qualquer mortal com capacidade económica para tal. É esta a proposta da World View, uma empresa que pretende levar os turistas espaciais dentro de uma cápsula pressurizada impulsionada por um balão de hélio durante uma subida de 30 quilómetros.



A subida duraria 30 min e os viajantes, chegada a altura máxima, poderão observar a paisagem durante 2 horas. Por fim, a cápsula voltará a descer e os turistas levados a casa. Os vôos experimentais irão começar este ano, mas para este produto chegar ao mercado, teremos ainda de esperar por 2016. Vou já começar a poupar os meus 5400€.


sábado, 19 de outubro de 2013

Jogos Narrativos na Ler Devagar


No próximo dia 26 irão haver duas sessões ( das 15h às 19h e das 20h00 às 00h00) de jogos narrativos na livraria Ler Devagar da LX Factory. Todos são bem-vindos a juntar-se a uma mesa de jogo ou a criar a sua.

Jogos narrativos ou Role Playing Games são jogos feitos para ser desfrutados em grupo, em que cada jogador representa uma personagem com total liberdade de acções dentro das regras do Mundo criado.

Desde os mais desconhecidos, aos de tabuleiro e passando pelos mais populares (curiosamente não existe nenhum jogo de Dungeon&Dragons) será possível passar uma tarde em torno de um mistério de contornos fantásticos.


Irei ser um dos ST (story teller, aquele que controla as personagens não jogáveis). O meu jogo terá como ambiente uma quinta abandonada onde membros de um grupo de cultistas d´Aquele que é Obscuro (aka satânicos) se reúne e onde irão encontrar algo para o qual não estão preparados.

Para quem goste de outros cenários, há uma história de vampiros, um mistério dentro do Mythos do Lovecraft para resolver, uma aventura na Antártida onde tudo vai correr mal, etc..

Mais informações AQUI

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O escritor que não podia ler


Um escritor, primeiro de tudo, tem de ser um leitor. Agora imagem o terror que é para um escritor descobrir que não consegue ler! Como seria a vossa reacção? Eu acho que entrava em pânico durante alguns anos.


domingo, 13 de outubro de 2013

Fyodor Books


Um livro 3€ (qualquer que ele seja), dois livros 5€ (quaisquer que eles sejam). É este o preçário da mais recente livraria do Chiado e arredores, a Fyodor Books.




Este pequeno espaço, baptizado com o nome do escritor que tanta agrada ao casal empreendedor, localiza-se na Calçada Nova de São Francisco, a meio caminho entre a FNAC e a Bertrand do Chiado, num pequeno espaço que deixa de fora os vendedores.

Lá é possível encontrar maioritariamente livros em segunda-mão de grandes nomes da literatura, com a promessa que na semana seguinte o stock está renovado. Nas prateleiras, pequenos papéis designam o seu conteúdo: história, filosofia, romance, dutch books, a escolha da Fyodor, etc... Alguns livros, que os donos consideram menos interessantes (já que eles escolhem criteriosamente o que querem vender) estão à venda por 50 cêntimos.

O grande sonho deste casal (Sara e Paulo Rodrigues) é expandir o negócio, abrir mais livrarias e até criar uma editora com o mesmo nome.


sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Soma

A Frictional Games, a empresa sueca criadora do Amnésia e Penumbra (dois jogos que redefiniram as tendências de mercado dos jogos de horror), está a trabalhar num novo projecto de nome Soma.


Será um jogo de terror ambientado num universo de ficção científica ao estilo dos títulos anteriores. É explorado do ponto de vista da 1ª pessoa, muito indefesa, com o objectivo de sobreviver e explorar.

A companhia tem lançado alguns teasers muito interessantes, que dariam um filme quase só por si. O que gostei mais, apresento aqui:


Conjugando com o um exemplo de jogabilidade que apresento abaixo, podemos especular que o jogo andará em torno da transferência da consciência humana para uma máquina. Quem desenvolve Soma promete que a trama vai ser revelada através das acções no jogo, não através de diálogo ou pedaços de informação escrita que se encontre aqui e ali (como no Amnésia). Nas suas palavras, o jogo não será um festival de sustos baratos e que as criaturas que se irão encontrar terão de ser compreendidas para avançar no jogo. Compreensão essa que, prometem, levantará muitas perguntas acerca da própria experiência.

Como diz o sub-título do jogo: Penso, logo sou.


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

BD amadora 2013

Desde que eu me lembro de ser eu que vou ao festival de BD da Amadora, começou na Fábrica da Cultura (uma fábrica de electrodomésticos abandonada na Amadora), passou por uma escola, pela estação de Metro da Amadora Este e nos últimos anos fixou-se no Fórum Camões.


Continua a avisar os concursos tarde de mais para alguém distraído poder concorrer, continua sem cruzamento de dados, que faz com que eu receba 5 convites em simultâneo para ir à inauguração, mas continua a ter aquele lugarzinho no coração por ser um ritual que se repete todos os anos.

Normalmente, costumo gostar mais das exposições secundárias e da animação junto às livrarias do que da exposição principal, que parece, por vezes, feita por pessoas cristalizadas no tempo. Gostaria que a BD Amadora reportasse mais à BD que se faz actualmente (mais comercial ou mais independente) com uma zona de "memória" e não o contrário.

Este ano, as imagens que acompanham o festival são da autoria de Ricardo Cabral e o tom onírico e complexo do que já vi até agora faz-me ficar curioso de como será nas paredes da exposição.

Aproveitem e visionem o site oficial, lá, arrastem a imagem com o rato para revelar novas zonas e pormenores. Quem conhecer a Amadora certamente reconhecerá alguns marcos.

sábado, 5 de outubro de 2013

Entrevista


Hoje um amigo meu chegou com uma ligação e uma promessa "hás de ler esta entrevista muito interessante ao (autor X), que te deve interessar". Realmente, interessou-me e, embora discordado com algumas coisas (até porque acho que o autor está a ser generalista com as pessoas que quer criticar), gostaria de transcrever a parte mais interessante e sujeita a debate.

"(...) A literatura é um contar de histórias, como a epopeia de Gilgamesh, na Suméria, o Beowulf, no Norte da Europa, a Bíblia no Médio Oriente. São histórias míticas e reais contadas.

Que sobrevivem por serem bem contadas?
São bem contadas, captam a imaginação. No século xx, por razões que são explicadas neste livro e no próximo, a arte sofre uma mudança importante. Começam a aparecer trabalhos que não procuram a beleza, a narrativa, mas a desconstrução. O cubismo é desconstrução. Ah, uma pintura de Picasso é bonita. Não, não é bonita. Nem Picasso queria que fosse. Ele está a cultivar o feio. Stravinsky faz música que são guinchos. O truque está justamente aí. Isto contagia a literatura. Ler o "Ulisses" do Joyce é um exercício de masoquismo. Ele leva duas páginas a descrever um armário. Isto fazia parte desta corrente, legítima, de desconstruir a narrativa. Em Portugal escrevem-se histórias que são só exercícios de linguagem.

Há excesso de desprezo pelos métodos clássicos?
A Isabel Allende disse-me, bom, esta brincadeira do nouveau roman ia matando a literatura. Tornou-se totalitário. Qualquer autor que se atrevesse a contar histórias era logo objecto de bullying.

Sentiu isso?
Nem é um problema meu. Criou-se esta ideia de que só é literatura o que é exercício de linguagem, mas é falsa.

Mas também pode ser literatura.
Também é literatura, agora não se confina a uma corrente. Tal como a pintura não é só cubismo. Umas são tão válidas como as outras. O problema é que as correntes não admitem a diferença. Não há tolerância em relação a quem não faça exercício de linguagem.

E não é possível combinar ambos?
A literatura também pode ser exercício de linguagem, mas a literatura não se resume a isso. O Saramago dizia-me que o mais importante era a escrita e não a história. OK, é uma corrente. O Umberto Eco disse-me o oposto. A linguagem é um instrumento para contar a história. Os autores que acham que só é literatura o que é exercício de linguagem são autores que estão a fascizar a literatura. É esta a diferença. É óbvio para toda a gente que literatura é também contar histórias."

Entrevista completa AQUI

Curiosamente, esta entrevista articula-se com um artigo que tinha aqui guardado para mostrar no blogue que se dá pelo nome de "4 coisas que a ficção científica tem de ter de volta".

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Space Engine


Devido a uma história que estou a escrever (ainda no laboratório literário), tenho andado a investigar acerca da hipotética presença humana no espaço. No entanto, à medida que se aprofunda o conhecimento e que se aprende que muita das coisas que pensávamos não são verdade (e.g. não se consegue ver a superfície de Vénus do espaço, porque a atmosfera é demasiado densa) torna-se difícil imaginar certas coisas.

Por exemplo, como é que é Júpiter visto a partir das suas luas? Como se vê o Sol em Mercúrio? Como é a sensação de nos aproximar-mos de um planeta?

Por acaso, num dos grupos que sigo no facebook, apresentaram o Space Engine. É um programa que permite explorar o universo visualmente (e com alguma informação) usando um interface 3D baseado na mecânica dos jogos de PC. Por exemplo, para mover basta usar as teclas WSAD. O programa contém dados reais, disponibilizados pela NASA, que permite que os planetas tenham órbita, uma superfície geral (é possível "aterrar" nos planetas) uma cor do céu, que as estrelas e nebulosas estejam no sítio certo com as proporções certas.



É um prazer viajar neste universo 3D e aprende-se imensa coisa. O download é livre e o programa muito fácil de instalar. É possível ainda fazer download de programas acessórios que introduzem ainda mais dados no universo, dando, por exemplo, melhores texturas aos planetas ou nuvens na Terra. O programa tem ainda informação acerca de planetas extra-solares e, quando não há informação disponível, é calculado um conjunto de propriedades esperadas.

Aqui ficam algumas imagens, tal e qual se podem ver no programa (notem que também é possível ver cometas a atravessar o sistema solar. Basta saber a data em que eles passaram.)


Download aqui

Neste momento estão a ser desenvolvidos os planetas com a superfície coberta de água e como é que se prevê que o gelo se comporte e também planetas sem rotação, com uma face sempre de dia e outra sempre de noite (prevê-se que seja possível em planetas a orbitar anãs vermelhas)

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Porto Book Stock


De 3 a 27 de Outubro, o Palácio de cristal enche-se de 500 mil livros, 26 mil títulos, de 150 editoras diferentes, com descontos que podem ir até aos 80%. Trata-se da terceira edição do Porto Book Stock, cujo o horário de abertura se estende das 10h às 20h.

Na Hora do Conto podemos contar com a presença de escritores como Anabela Mimoso, Clara Carrapatoso, Ana Oliveira e Isabel Magalhães.

Este evento é promovido pelo Calendário das Letras.

É tentador, mas desconfio que 90% da feira será muito parecida àquelas livrarias descartáveis que montam em algumas estações do metro de Lisboa. Alguém que já tenha isto a este evento sabe?





domingo, 29 de setembro de 2013

Inspirador


"E é precisamente sobre bullshit e editoras que procuram envernizar-se de prestígio que termino. Haverá coisa mais fácil do que gerir uma editora que publica autores nobilados? Basta ir à internet e consultar a lista com os vencedores do prémio. Muitos nunca foram traduzidos para português, ou se o foram, terão bastantes obras por traduzir. E já agora fazer ofertas pelos vencedores do Booker, Goncourt e Femina. E pelos finalistas também, afinal, pode-se sempre pôr na capa que foi finalista dum prémio de que ninguém pode dizer mal. E pronto, temos uma editora de prestígio. Que nem precisa de ler os livros que publica, afinal, alguém já os leu e disse que eram bons. Nem precisa de descobrir os autores, também, já alguém o fez. E o marketing está garantido pelos media. Como é tão mais difícil apostar em excelentes autores que são discriminados porque estão associados a géneros alternativos. E publicar livros maravilhosos que são alvo de preconceito porque vão para lá da realidade e se embrenham no fantástico de que a crítica actualmente parece ter tanto nojo, aversão, medo.""


Tomei hoje conhecimento de umas palavras inspiradoras, que embora de 5 anos atrás, reflectem-se bastante nos dias de hoje (o nome Sasha Grey assalta-me, ou Granta). Mas pode um negócio crescer se não agradar a um público grande? De onde vem o capital para publicar os tais autores "malditos"?

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Quem espera sempre alcança?

Numa das minhas visitas à FNAC do Chiado havia um livro que me prendia o olhar constantemente. Tentava ignorá-lo, pois sabia que nunca o haveria de ter devido ao seu preço de quase 40€.

Nem mais nem menos que uma espécie de biografia de um dos autores que mais admiro, apesar de toda a excentricidade ( talvez isso também ajude): Alan Moore.

Este livro é o único (que eu conheço) sobre o autor que mereceu a colaboração deste, que contribuiu com imagens e informação dos seus arquivos pessoais.


Um a um, visita a visita, fui lendo os vários capítulos do livro, conhecendo o homem por detrás da arte. Quando dei por mim, tinha lido o livro na sua totalidade. Não posso deixar de dizer que houve uma farripa de culpa em mim, por abusar do sistema da FNAC de dar a oportunidade aos clientes de experimentar os livros antes de os comprar. Mas hei! Não tenho dinheiro para comprar a quantidade de livros que leio!



O livro foi ficando cada vez mais degradado (tsc, tsc, restantes leitores, que eu sei que sempre o deixei como encontrei) e para surpresa minha encontrei exactamente o livro que li por 5€ em vez do preço inicial, devido ao estado de conservação.

E foi aí que eu não resisti e deixei-me vencer pelo coleccionismo. Tirada a capa de fora (rasgada e dobrada) fiquei com um exemplar em óptimo estado em capa dura de um livro que me apaixonou que pensei que nunca iria ter. E esta, hein?

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Universo Desconstruído

Eu juro que não estou a tornar o meu blogue numa página de lançamentos de livros, mas acontece que há vezes em que eles se sucedem e eu acho que merecem um artigo.

Depois do meu espanto em ver uma pequena editora portuguesa lançar um ebook de ficção científica (embora até agora a história não ser nada de especial), é a altura de uma autora de um blogue meter as mãos na massa com o mesmo objectivo. "Tudo começou pelo Twitter." Diz ela. Farta de ver uma uma ficção científica sempre igual, produzida por homens, para homens e sem referências a questões de género, sexualidade ou de racismo.



Decidiu fazer então uma colectânea que obedecesse a alguns princípios:

Inverter papéis;
Evitar a sexualização da mulher;
Evidenciar a opressão de género;
Abordar questões raciais e de classe;
Mostrar mulheres como indivíduos activos, líderes, guerreiras;
Evidenciar os problemas que temos em relação ao machismo, homofobia, transfobia, racismo, etc;
Transgredir os estereótipos femininos e masculinos comumente explorados na FC, sem que isso signifique desqualificar o gênero masculino;

Daí resultou uma obra de 10 contos de download gratuito ou em formato físico através do Clube dos Autores. Os autores desta antologia são:Alex Luna, Aline Valek, Ben Hazrael, Camila Mateus, Dana Martins, Gabriela Ventura, Lady Sybylla, Leandro Leite, Lyra Libero, Thabata Borine e Tais Fantoni, autora da ilustração da capa.

Informação retirada daqui.

Inquérito

terça-feira, 24 de setembro de 2013

BUTTERFLY CHRONICLES


Um dia crio uma editora. Há velocidade com que elas surgem, começo a crer que Portugal é um país de leitores e que esse tipo de empresas dá imenso dinheiro.

Fiquei a conhecer a QualAlbatroz  através da oferta da manga em formato ebook de nome BUTTERFLY CHRONICLES. Esta banda desenhada de inspiração japonesa da autoria de João Mascaranhas é lançada unicamente neste formato e em três línguas: português, inglês e japonês.



Esta obra de ficção científica terá 10 episódios, tendo o primeiro 15 páginas.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Escrevo em troca de chocolates


Há pouco tempo descobri uma colecção de tiras cómicas para todos aqueles escritores a dar os primeiros passos (e não só). Nelas é descrito o dia a dia de uma casa partilhada por vários escritores, uma de poesia, um de livros de terror, um de livros de FC, etc... Assistimos às pequenas vitórias, às frustrações, às inseguranças...isto tudo acompanhado do stock de chocolates de emergência da escritora de romances para acalmar o pessoal.

Aqui ficam alguns exemplos:



Site AQUI